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FUTEBOL INTERNACIONAL

Brasileiro que disputa artilharia no mundo com Lewandowski deseja jogar no Bahia: “Sonho do meu pai”

Da redação do Sports Manaus, com informações do FOX Sports – Matheus Henrique

Sensação na Coreia do Sul, Junior Negão marcou 12 gols em 10 jogos desde que o futebol retornou da paralisação causada pela pandemia do novo coronavírus, mesmos números do polonês

Foto: Divulgação

O brasileiro Junior Negão divide com Robert Lewandowski o topo da artilharia no mundo desde que o futebol retornou da paralisação causada pela pandemia do novo coronavírus. Com 12 gols em 10 jogos, o centroavante de 33 anos vive o melhor momento da carreira e já recebe consultas para deixar o Ulsan Hyundai, da Coreia do Sul. Ainda sem propostas do Brasil, ele tem o desejo de realizar o sonho do pai de vê-lo vestindo a camisa do Bahia. 

“Quero voltar a sentir a atmosfera que só o Brasil tem. Quem sabe encerrar minha carreira no Brasil. Tenho desejo de realizar o sonho do meu pai, que era me ver jogando no Bahia. Ele já faleceu. Não sei quando vou jogar no Brasil, nem por qual time, mas tenho o desejo”, afirma o brasileiro em entrevista exclusiva ao FOXSports.com.br.  

 Se o Tricolor Baiano ainda não se interessou por Junior Negão, outros clubes pelo mundo já buscam informações pelo atacante. Ele revela que clubes do Catar, China e Emirados Árabes já consultaram a sua situação. Por outro lado, a admiração de Junior se dá pelo futebol praticado no país natal, o qual ele considera o melhor do mundo na parte técnica.  

“Não dá para se comparar ao futebol brasileiro. É totalmente diferente. Brasil prioriza posse de bola e jogadas mais difíceis. Aqui gostam de correr. No Brasil, se faz a bola correr, se fica mais com a bola. Aqui, não tem como dar tantos dribles, é muito mais intenso. Futebol nenhum no mundo se compara à técnica do Brasil. No Brasileirão, lateral-direito dribla, volante dá caneta. Você não vê isso em nenhum lugar do mundo. No resto, é do meio para frente.” 

Atualmente, o Ulsan Hyundai de Junior Negão ocupa a segunda posição da K-League. O título da liga nacional quase veio na temporada passada, mas uma reviravolta na última rodada do torneio deu o título ao concorrente Jeonbuk Hyundai Motors. 

“Último jogo, a gente podia até perder, mas fazendo três gols. Empate ou vitória nos daria o título. Único resultado que não podia era perder marcando menos de dois gols. E foi o que aconteceu. Perdemos o campeonato e teve cobrança de dirigente e torcida, mas de outra forma. Foi muito cobrado, mas nem se compara ao Brasil. Se é no Brasil, perdendo como perdemos, cai até o presidente. 

Rejeitado na Coreia antes do sucesso  

Hoje, Junior Negão é elogiado até por dirigentes e jogadores rivais, mas a situação é bem diferente da vivida no primeiro momento na Coreia do Sul. Em 2007, ele foi reprovado em testes no país. Em um deles, o treinador Cho Gwang Rae não achou que o atacante tivesse o estilo do futebol coreano. Dez anos depois, esse mesmo técnico virou presidente do Daegu FC, time da elite do futebol coreano, e contratou Junior Negão. 

“Em 2007, ele era treinador de outro time e falou que eu não tinha o estilo da Coreia. Em 2017, me trouxe. Mas tenho uma gratidão enorme. Por ter me trazido e me ajudado no Daegu. Foi treinador da seleção aqui na Coreia. Todos respeitam muito. Me ajudou muito dando dicas do estilo coreano, principalmente sobre zagueiros. Tentei transformar essa experiência em mais motivação. Vim mais cascudo, pude usar essa experiência para me adaptar o mais rápido possível”, relembra. 

 Diferencial da Coreia do Sul no combate ao coronavírus  

A Coreia do Sul foi tratada como exemplo no combate ao novo coronavirus. Com testes em massa e isolamento social, o país soma 285 mortes numa população que chega a 51.269.183 de pessoas, totalizando seis mortes  por milhão de habitantes. No Brasil, por exemplo, a média por habitantes é de 305 mortos, em cálculo da Gazeta do Povo com base nos 64.867 mortos entre 212.505.409 habitantes no país.  

 “O diferencial foi a obediência do povo coreano ao governo. Eles apenas recomendaram o isolamento e a população foi rígida. Hospitais tem mais qualidade, testes em massa. Mas para o controle, o isolamento foi o diferencial. Agora, ainda têm casos isolados, mas o governo consegue rastrear”, diz Junior Negão. 

*Sob supervisão de Guilherme Moreno