Da redação do Sports Manaus, com informações da ESPN.com.br
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Em reportagem publicada nesta quinta-feira, o The New York Times, mais importante jornal do mundo, trouxe à tona uma série de denúncias sobre comportamento inadequado de dirigentes e funcionários da FFF (Federação Francesa de Futebol).
O diário chamou a organização de “ambiente tóxico”, e relatou que, nos últimos dois anos, foram feitas diversas denúncias de bullying, assédio moral e sexismo, principalmente por parte de mulheres que trabalham no local.
No artigo, o veículo lembra que a FFF vem de dois anos de sucesso nos campos, já que a seleção masculina da França foi campeã da Copa do Mundo de 2018, enquanto a Copa do Mundo Feminina de 2019, realizada em solo gaulês, foi considerada um evento de sucesso sem precedentes, com recordes de público e audiência.
“Mas dentro da Federação, funcionários que trabalham lá e ex-empregados relatam que essa ‘era de ouro’ mascarou também dois anos de descontentamento, com acusações de comportamento inadequado de dirigentes em relação a funcionárias mulheres, bullying e reclamações sobre uma cultura tóxica, na qual empregados homens tornaram um hábito rotineiro se referir com linguagem sexista e fazer comentários machistas e sugestivos em relação às suas colegas femininas”, escreve o NY Times.
A quantidade de denúncias e reclamações foi tão grande que o presidente da FFF, Noël Le Graët, contratou um expert em recuperação de negócios em processo de falência ou recuperação judicial para “arrumar a casa” e colocar os funcionários na linha.
Ainda assim, a situação é bem mais complicada do que Le Graët imaginava.
“Em entrevistas ao NY Times, funcionários e ex-empregados descreveram a Federação Francesa como um ambiente de trabalho no qual linguagem agressiva, abuso mental e estresse são comuns. Além disso, relatam que eventos de trabalho são regados a bebida alcoólica, o que levou a muitas situações de comportamento inadequado, inclusive um incidente no qual um funcionário homem entrou nos aposentos de uma colega mulher sem autorização dela”, revela o diário.
A FFF tem cerca de 300 funcionários, que se dividem em dois ambientes de trabalho: o escritório da organização, em Paris, e o CT de Clairefontaine-en-Yvelines, que fica a cerca de 35km do centro da capital.
A Federação tem um orçamento anual de US$ 300 milhões (R$ 1,7 bilhão) e é responsável pela condução do futebol profissional e amador na França, país que tem 1,5 mil jogadores profissionais registrados e mais de 2,1 milhões de amadores também federados.
Em contato com o jornal norte-americano, Noël Le Graët assegurou que providências estão sendo tomadas e negou que exista uma “guerra civil” na Federação.