Um dos treinadores promissores do futebol amazonense busca seu espaço e reconhecimento na profissão na região Norte e no Brasil. Aos 46 anos, o amazonense Carlos André B. Tabosa dos Reis, para trabalhar na área se especializou nos cursos de qualificação de treinadores da CBF, nos níveis I, II e III, com licença A, B e C, respectivamente.
Antes disso, André Tabosa, tentou ser jogador de futebol no Pará. Em sua curta carreira, ele jogou na base da Tuna Luso, em 1984/1985, depois passou pelo Tiradentes, Clube do Remo e Pedreira, antes de encerrar sua meteórica carreira precocemente.
Como treinador, André trabalhou na base de alguns clubes do futebol paraense, como Pedreira e Tuna Luso. Mas foi no time amador do Tabosão, em 2012, que ele revelou o atleta Diogo Jennings para equipe sub-15 do Cruzeiro, e hoje titular do sub-20 da Raposa, com valor estimado em R$ 160 milhões para a Europa e no Brasil, em torno de R$ 4 milhões. Além dele, revelou o volante Lucas Bessa, hoje capitão da sub-17 do Criciúma.
Para destacar sua história, André Tabosa, revelou um pouco ao SPORTS MANAUS, alguns detalhes de sua curta carreira em campo, sua qualificação, momentos marcantes na função de treinador, mas acima de tudo sua opinião sobre o futebol como um todo.
SPORTS MANAUS – André Tabosa, fale um pouco de sua curta passagem em campo como jogador de futebol? Porque não deu sequência na área?
ANDRÉ – Fui meia esquerda, mas, por falta de apoio da família treinava e depois parava para estudar. Futebol na época, era coisa para vagabundo, era marginalizado, não existia olheiro pelo país perambulando. Era quase impossível ser visto no norte do país. Entre vindas e idas para parar no futebol, passei no concurso para o Justiça do Trabalho em 1996. Abandonei o futebol, aos 26 anos, por achar incerto, já que o emprego no Poder Judiciário Federal era mais certo.

SPORTS MANAUS – Como foi essa transição de ter deixado o futebol para assumir um cargo público, depois que passou no concurso?
ANDRÉ – Nessa transição me afastei do futebol por oito anos e fui treinar Jiu-Jitsu por cinco anos, onde cheguei até a faixa azul. Depois voltei para o futebol como diretor de esporte do Pedreira (PA), em 2009. Já em 2010, voltei como treinador da equipe principal no Campeonato Paraense da 2ª Divisão. Após isso, fui contratado pela equipe sub-15 da Tuna Luso até início de 2011.
SPORTS MANAUS – Em sua passagem pela equipe do Oratório (AP), que jogou contra o Goiás, pela Copa do Brasil, em 2013, foram quantos jogos no comando?
ANDRÉ – Diante das dificuldades de montar uma equipe em 38 dias do zero e enfrentar uma equipe da 1ª Divisão do Brasileiro, que já estava na final do Campeonato Goiano. A folha salarial do meu plantel girava em torno de R$ 50 mil, enquanto o Goiás de R$ 1,5 milhão. Apesar do placar de 3 a 1, o resultado não repercutiu a realidade do jogo, onde a nossa equipe teve um pênalti a favor, logo aos dois minutos de jogo e não marcado pela arbitragem.

SPORTS MANAUS – Você tem os três cursos de treinadores da CBF Nível I, II e III, com licença A, B e C. Pode explicar a importância dos três cursos no futebol brasileiro?
ANDRÉ – O curso é hoje referência mundial, reconhecido pela FIFA e Conmebol e está em análise pela UEFA, pois será obrigatório no Brasil a partir de 2018. Hoje, para atuar fora do Brasil se não tiver certificação CBF, dificilmente obterá êxito. Por exemplo, o ex-goleiro Taffarel e o Leão, tiveram que voltar do estrangeiro, porque seu registro de treinador é da Associação Brasileira de Treinadores de Futebol (ABTF). Treinadores como Felipão, Luxemburgo e Parreira, só foram aceitos por terem passagem pela Seleção Brasileira.
SPORTS MANAUS – Com os três cursos, você pode atuar em qualquer nível do futebol brasileiro. É uma qualificação que poucos profissionais da área têm e com seu esforço conquistou esse direito?
ANDRÉ – Sim, sou aluno treinador da CBF, junto com Doriva. Logo após sair do curso, com a equipe do Ituano, foi campeão Paulista de 2014. Isso mostra, que realmente estamos preparados e somos a nova safra de treinadores brasileiros qualificados para assumir qualquer clube no Brasil. Nossos instrutores da CBF no Brasil e exterior nos preparam para isso

SPORTS MANAUS – Pelo seu conhecimento, só falta colocar em prática o trabalho em alguma equipe profissional. O que você pensa sobre isso?
ANDRÉ – Na verdade, quando estava no final da licença B, Nível 2 em Dezembro de 2012 e no início do nível 3 da licença A, tive o prazer de ter como instrutor o treinador do Goiás, Enderson Moreira. Em abril de 2013, o enfrentei na Copa do Brasil, ou seja, antes de terminar o curso nível 3. Já estava botando em prática todo o conhecimento adquirido.
SPORTS MANAUS – Na sua opinião, os clubes poderiam valorizar mais ainda os treinadores locais? O que diz sobre isso, pois tem uma qualificação muito boa no futebol brasileiro?
ANDRÉ – No Brasil basta você ser sócio de um clube por cinco anos. Montar uma chapa para eleição de um clube. Se vencer, torna presidente. Esses dirigentes acabam privilegiando ex-atletas famosos para o cargo de treinadores sem preparo algum, em detrimentos dos ex-atletas, que estudamos e nos preparamos para isso.
Os interessados em manter contato com treinador André Tabosa, pode fazer por meio do número (092)98145-9910 ou pelo e-mail: andre.tabosa@hotmail.com.