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Gilmar Popoca, o amazonense que brilhou no futebol brasileiro e prata em Los Angeles 1984

Foto: Reprodução

Com passagem por vários clubes do futebol brasileiro, inclusive sendo vitorioso na base da Seleção Brasileira, em Campeonatos Sul-Americanos, Jogos Olímpicos e Pré-Olímpico, o amazonense Gilmar Silva de Oliveira, conhecido como Gilmar Popoca, 56 anos, contou um pouco ao SPORTS MANAUS de sua história do México, onde realiza um trabalho no futebol. O meia esquerda revelado na base do Atlético Rio Negro Clube, quase foi para o Vasco, por meio de um dirigente do Galo da Praça da Saudade, mas no final foi levado pelo técnico Claudio Coutinho, sendo muito amigo do ex-jogador Antônio Piola para o Flamengo, construindo sua carreira brilhante no futebol nacional. 

SPORTS MANAUS – Como surgiu o pseudônimo que você ficou conhecido no futebol brasileiro e na Seleção Brasileira de base durante sua carreira futebolística?

GILMAR POPOCA – Na época, o técnico Cláudio Coutinho não gostou muito da ideia do ‘Popoca’. Para ele, quando o jogador dividia uma bola, pipocava, e ele tirou. O nome Popoca veio da minha família. Quando nasci a família queria uma irmã e acabou vindo um menino. Minha mãe, não sei qual foi a ideia dela, deu esse nome de Popoca. 

SPORTS MANAUS – Gilmar, você construiu sua carreira no futebol brasileiro fora do Amazonas, mas iniciou na base do Atlético Rio Negro Clube. Mas por pouco não foi para o Vasco, indo mesmo jogar na base do Flamengo?

GILMAR POPOCA – Joguei em todas as categorias básicas do Rio Negro e dois jogos no profisisonal, contra o Fast Clube e o Nacional. Na epoca tinha um supervisor do proifsional do Rio Negro e muito ligado ao Vasco. Estava tudo acordado para fazer uma avaliação, mas acabei indo para o Flamengo. Isso em virtude do Cláudio Coutinho ter uma amizade muito grande com o professor Antônio Piola. Fiz um treino com o time e foi uma surpresa muito grande, porque nunca tinha visto de perto, Zico, Adílio, Andrade, Júnior, Rondinelli, enfim, tantos craques. Acabei saindo de Manaus, porque era uma grande oportunidade de ir para um grande centro do futebol brasileiro. 

Popoca em sua passagem como treinador da base do Flamengo (Foto: Reprodução)

SPORTS MANAUS – Popoca, sua carreira foi construída no Flamengo, mas  sua trajetória no futebol brasileiro foi também marcante em outros clubes? 

GILMAR POPOCA – Era muito difícil ficar no futebol carioca, e eu fui um dos primeiros e mostrei muito talento para poder ficar, porque realmente a base do Flamengo, era muito forte e sempre revelou grandes talentos. Eu rapidamente cheguei ao profissional com 18 anos, uma coisa rara de chegar no clube com 15 anos e logo em seguida estrear no profissional. Minha carreira foi marcante não só pelo Flamengo, mas marquei no Santos, Ponte Preta, em todas as equipes que joguei fui titular. A única vez que não fui titular foi no São Paulo, na qual tive alguns problemas com o Moraci Sant’anna, preparador físico. O Telê Santana, com isso, acabou me dando uma geladeira bem grande, mas fui campeão paulista e brasileiro. 

SPORTS MANAUS – Mesmo depois que passou por alguns clubes do futebol brasileiro, você não jogou em algum time do futebol amazonense, mas por opção ou nunca foi convidado?

GILMAR POPOCA – Na verdade, como jogador profissional, nunca tive a oportunidade. Eu joguei em vários clubes do futebol brasileiro, mas não tive a oportunidade de jogar em algum clube amazonense. Nunca fizeram uma proposta, nunca tentaram realmente me levar para o futebol amazonense. Acho que faz parte, são coisas que acontecem, às vezes as pessoas da casa acabam não sendo valorizadas, mesmo que tenha feito sucesso no futebol brasileiro ou mundial, faz parte. Nunca houve um convite realmente em que pudessem dizer “Vamos trazer o Popoca”.

SPORTS MANAUS – Você teve uma passagem de destaque na base da Seleção Brasileira, sendo campeão sul-americano e mundial em 1983. Como você define seu momento com a camisa Canarinho naquela oportunidade?

GILMAR POPOCA Essas passagens na Seleção Brasileira foram maravilhosas para mim. Já vinha desde a sub-17 tendo convocações e na sub-20 foi quando realmente, com 18 para 19 anos, passei momentos especiais. Fui campeão sul-americano, depois campeão mundial pela sub-20, e em seguida as Olimpíadas de Los Angeles, mas o Pré-Olímpico, enfim, com o Brasil de novo também foi um momento maravilhoso na minha vida e muito bom no início de tudo. 

Gilmar no Flamengo ao lado de craques que fazem parte da história do clube (Foto: Reprodução)

SPORTS MANAUS – Os Jogos Olímpicos pode ser considerado seu momento maior com a Seleção Brasileira, com um time formado por jogadores que depois brilharam no futebol mundial?

GILMAR POPOCA – É verdade, a Olimpíadas para mim foi um dos melhores ou o maior momento da minha vida. Primeiro, porque além de ganhar uma medalha de prata, foi a primeira, já que o futebol brasileiro nunca tinha conquistado nenhuma medalha, seja de bronze, prata ou ouro. Realmente, foi um momento muito difícil, porque jogamos com seleções gigantes como Alemanha, Itália e França, esta última tinha como base jogadores da Eurocopa. Alguns jogadores em seguida acabaram sendo convocados para a Seleção Principal e Mundial. A camisa 10 era muito cobiçada, porque além de tudo foi eleito o melhor jogador dos Jogos Olímpicos. 

SPORTS MANAUS – Gilmar, em sua época no futebol brasileiro não faltava jogadores tecnicamente bons. Foi uma safra que só jogava quem tinha um potencial técnico muito grande? 

GILMAR POPOCA – O futebol brasileiro daquela época das décadas de 1980 e 1990 eram jogadores de muita qualidade. Para chegar a um grande clube, para ser contratado ou ficar, tinha que ter muito talento. Eu sempre tive esse potencial, sei que cometi alguns erros na minha carreira e me custaram algumas coisas interessantes, me faltou um pouco de equilíbrio emocional. É bom relatar naquela época, que o camisa 10, 9 e 8 eram de muitos talentos e craques. Jogadores de uma técnica apuradíssima, não só nessas posições, mas quem jogava tinha que ter muita qualidade técnica.

Passagem marcante com a Seleção Brasileira quando foi prata em Los Angeles (Foto: Reprodução)

SPORTS MANAUS – Como foi o início de sua carreira como treinador na base do Flamengo e essa experiência você pretende comandar alguma equipe profissional no futuro?

GILMAR POPOCA – Iniciei minha carreira de treinador do Flamengo no sub-13 depois que me formei em Educação Física,  fui contratado, passei no sub-15 e depois retornei para o sub-13, em seguida pelo sub-17 e terminando meu ciclo no sub-20 do Flamengo. Foi maravilhoso, muito importante essa experiência na base, principalmente do Flamengo. Me deu uma bagagem muito grande, mas lógico você pensar em dirigir uma equipe profissional, onde me aproximei muito do Flamengo. Houve um problema político, acabei saindo do clube, quando me aproximava do profissional, inclusive a gestão do Landim conversou comigo sobre um retorno a equipe permanente do profissional, mas fazendo transição para a base, coisa que não aconteceu até o momento. 

SPORTS MANAUS – Você já recebeu algum convite para trabalhar em alguma equipe do futebol amazonense atualmente, aproveitando toda sua experiência no futebol mundial, seja como dirigente ou treinador?

GILMAR POPOCA – Sobre um convite para trabalhar no futebol amazonense tive sim, mas não há nada definido. Tive sim uma proposta para passar toda minha experiência que tenho e tudo que desenvolvi como treinador de futebol e realmente fico aguardando a definição dessa situação. 

SPORTS MANAUS – Atualmente você executa um trabalho no México com uma equipe, mas isso é algo que surgiu ou você pretende seguir na área dentro do futebol?

GILMAR POPOCA – Aqui no México foi para uma assessoria na área de campo como no extra-campo. É uma equipe nova que está surgindo em Vera Cruz. É um trabalho que a gente está passando toda nossa experiência, toda nossa bagagem no futebol para dar uma condição melhor para a equipe, já que ela trabalha com atletas jovens. Espero continuar no meio do futebol, é o que eu gosto e sei. Estou qualificado para isso, porque tenho curso ABTF de treinadores, tenho meu curso acadêmico e pretendo seguir. Vamos ver se as coisas acontecem. 

Time de base do Atlético Rio Negro Clube quando iniciou sua carreira em Manaus (Foto: Reprodução)

 

 

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